quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Anos de Chumbo


A Mostra tem como objetivo estampar para o público um recorte do Brasil, durante o Regime Militar – os anos de chumbo – a partir da ótica de alguns documentários e um debate com personagens que viveram de fato aqueles tempos...”página infeliz da nossa história”.

Dia 13 - sábado

Jango (Brasil, 1984)
Direção de Sílvio Tendler

O filme narra a trajetória de João Goulart que, deposto pelo golpe militar de 1964, se tornou o único presidente morto no exílio.
Cor e p/b, 117 min.

Dia 14 – domingo

Ato de fé (Brasil, 2004)
Direção de Alexandre Rampazzo

No auge do Regime Militar, um grupo de religiosos rompe as barreiras do convento e assume uma atitude revolucionária, lutando pela volta das liberdades democráticas no Brasil.
Cor, 52 min.

Dia 20 – sábado

Chico Buarque – Vai passar (Brasil, 2005)
Direção de Roberto de Oliveira

O filme aborda o papel do compositor Chico Buarque como cronista das esperanças políticas do seu tempo. No documentário, Chico relembra os momentos difíceis durante o Regime Militar no Brasil, da promulgação do AI-5, do arbítrio, do exílio na Itália, da censura.
Cor, 100 min.

Dia 21 – domingo

Tempo de resistência (Brasil, 2003)
Direção de André Ristum

A partir do depoimento de mais de 30 pessoas diretamente envolvidas na resistência ao Regime Militar e raras imagens de arquivos, Tempo de Resistência revela todo o processo do golpe militar, desde o comício do Presidente João Goulart até o dia da anistia e aborda os reflexos deste período no interior do estado de São Paulo, principalmente em Ribeirão Preto e no interior do Brasil.
Cor, 115 min.

Dia 26 – sexta-feira

Anos de chumbo – Memórias reveladas

Depoimentos e debate com os professores Afonso Celso Lana Leite (Curso de Artes Visuais - UFU) e Evandro Afonso do Nascimento (Instituto de Química - UFU)
Mediação do professor Alexandre Sá Avelar (Instituto de História - UFU)

Dia 27 – sábado

Filmes da Programadora Brasil

Vala comum (Brasil, 1994)

Direção de João Godoy

A partir de uma vala comum clandestina, encontrada no Cemitério de Perus, em São Paulo, um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.
Cor, 30 min.

Vlado, trinta anos depois (Brasil, 2005)
Direção de João Batista de Andrade

No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher, Clarice. Ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do Regime Militar, para prestar depoimento. Clarice questiona se ele deve se apresentar. Vários amigos estão presos e sabe-se que são torturados. Mas Vlado se recusa a fugir; pondera que é um homem transparente, alheio à clandestinidade. No fim da tarde do mesmo dia, sua família e amigos recebem a terrível notícia: o jornalista está morto e, segundo fonte oficial, suicidou-se na prisão. O filme revela a trajetória de Herzog, desde a infância na Iugoslávia até sua posse como diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo. A reação de Clarice, dos amigos e da sociedade, recusando a farsa montada para justificar a morte do jornalista, tornou o fato um marco na luta pela redemocratização do país.
Cor, 86 min.

Dia 28 – domingo

Cidadão Boilesen (Brasil, 2009)
Direção de Chaim Litewski

Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por grandes empresários, ganha contornos mais precisos neste perfil daquele que foi considerado o mais notório deles. As ligações de Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do grupo Ultra, com a ditadura militar, sua participação na criação da temível Oban – Operação Bandeirantes – e acusações de que assistiria voluntariamente a sessões de tortura emergem de diversos depoimentos de personagens daquela época.
Cor, 92 min.

Horário das exibições e debate: 20 horas
Local: Oficina Cultural de Uberlândia - Sala Roberto Rezende (Roberto Rezende, foi um grande "camarada" uberlandense, ligado ao PCB, que se destacou na luta pela democratização de nosso país; foi torturado pela Ditadura Militar e faleceu em Uberlândia, no início dos anos 90; era um grande artesão, cenógrafo, poeta e amante das artes cênicas em nosso municipio).

Pça. Clarimundo Carneiro, 204 - Bairro Fundinho

Entrada Franca


Cineclube Cultura é um projeto de caráter cultural, sem fins lucrativos. Sobre Afonso Lana e Evandro Afonso do Nascimento – convidados do debate do dia 26 de novembro

Afonso Lana

Afonso Celso Lana Leite nasceu na cidade de Rio Casca, Minas Gerais, em 07 de outubro de 1944. De 1967 a 1969, estudou veterinária na Escola de Veterinária da UFMG, em Belo Horizonte. Membro do Diretório Acadêmico da Escola de Veterinária, foi preso duas vezes durante manifestações estudantis. Participou do grupo político, denominado “Colina”, tendo participado da resistência armada ao Regime Militar, integrando ações no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em 1969, foi preso e levado para Delegacia do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em Belo Horizonte, onde foi submetido a sessões de tortura. Posteriormente foi transferido para o quartel da Polícia do Exército, na Vila Militar do Rio de Janeiro, onde permaneceu por quatro meses, tendo neste período, sofrido vários tipos de tortura. No final de 1969, foi transferido para o Presídio de Linhares, onde permaneceu por dois anos.

Em janeiro de 1971, junto com setenta presos políticos, foi trocado pelo embaixador suíço, que havia sido sequestrado por um grupo revolucionário, comandado por Carlos Lamarca. Entre 1971 e 1973, viveu no Chile, durante o governo de Salvador Allende, onde estudou artes plásticas na Escuela de Bellas Artes , em Santiago. Com o golpe militar, em 11 de setembro de 1973, refugiou-se na República Democrática Alemã, vivendo na cidade de Dresden, de 1973 a 1981, onde trabalhou na fábrica Pentakon . Neste período, estudou artes plásticas na Hochschule für bildende Künste.

Em 1981, retornou ao Brasil, beneficiado pela anistia. Desde 1982 é docente do Departamento

De Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia, tendo concluído mestrado em Teoria Literária.

Evandro

Evandro Afonso do Nascimento nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em 1948. Ingressou no Curso de Engenharia Química da UFMG, em 1968. Participou do movimento estudantil – foi presidente do Diretório Central dos Estudantes – e de organizações de luta armada. Perseguido pelo Regime Militar, foi obrigado a sair do país, refugiando-se no Chile, em julho de 1970. Concluiu os estudos de Engenharia Química em 1972 e casou-se com Nízia Maria Alvarenga.

Depois de formado foi contratado pela antiga Universidad Técnica del Estado, atual Universidad de Santiago de Chile. Após o golpe militar, em 11 de setembro de 1973, ficou duas semanas à disposição da Resistência Chilena, antes de refugiar-se na Embaixada do Panamá. Depois de cinco meses de exílio no Panamá, foi para a República Democrática Alemã, onde, como ele mesmo diz, conheceu os lados positivos e negativos do socialismo real.

Após ter interrompido o doutorado, foi para Portugal em 1976 e em seguida para a Costa Rica, onde trabalhou em uma indústria americana do setor de alimentos e em seguida, na Universidad Autónoma de Heredia , como professor visitante. Retornou ao Brasil em abril de 1979, beneficiado pela anistia. Em agosto deste mesmo ano, foi contratado pela Universidade Federal de Uberlândia. Em 1984, reiniciou o doutorado no Departamento de Química da UFMG. Foi pesquisador do CNPq e consultor da FAPESP, FAPEMIG e de várias revistas científicas. Possui dezenas de artigos publicados em revistas científicas do Brasil e do exterior.

Em 2000, ganhou o prêmio de Honra ao Mérito Científico do Conselho Regional de Química – 2ª Região e de Sociedades de Química de Minas Gerais. Foi membro da Câmara de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais, em 2001 e 2002. Aposentou-se como professor titular e continua trabalhando no Instituto de Química da UFU, como professor voluntário. Evandro tem duas filhas, Mariana e Manuela.

Fonte: Mobilização PC do B
Imagens: pdt12.locaweb.com.br
divulgação
tudomercado.com.br
psoljoinville.blogspot.com

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