quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cai a Lei de Imprensa


Um dos últimos resquícios da era negra da Ditadura Militar, a Lei de Imprensa foi derrubada nesta quinta-feira, dia 30 de abril pelo STF. Esta data histórica marca um novo momento para o jornalismo brasileiro.

As questões sobre direito de resposta ficarão a cargo do Judiciário, até que se estabeleça uma nova Lei de Imprensa no Brasil. O deputado federal Miro Teixeira, PDT-RJ, autor de uma nova lei que tramita no congresso, comemorou a queda da antiga lei, que feria a Constituição de 1988, principalmente no que diz respeito a direitos humanos e individuais.

Com a derrubada da antiga Lei de Imprensa, fica sem obrigatoriedade o diploma de jornalista para os profissionais da área. Alvo de debates acirrados, a obrigatoriedade do diploma foi a grande polêmica acerca do tema. Não fosse isso, a Lei de Imprensa teria caído há muito mais tempo.

A história continuará sendo registrada por jornalistas, mas como isso acontecerá, dependerá da categoria se unir para ditar os novos rumos da comunicação brasileira.

Palestra - Programa Neurocognitivo



Fiquem de olho. Uma ótima oportunidade para educadores, profissionais da saúde e estudantes, além é claro, dos demais interessados.

Programa Neurocognitivo

Palestra 14/05/2009
das 19:00 às 22:00
Auditório UNIPAC
Araguari - MG

Palestrantes
Flávia Nasciutti e Liana Junqueira - Psicólogas

Coordenação
Lidiane Verzoto Pantano - Pedagoga

Aguardem mais detalhes veiculados em matéria futura.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aculturação


Com a massificação da notícia, o individualismo e o livre pensar ficam comprometidos. A cultura de massa tende a mostrar um modelo pronto, justamente mesclando real e imaginário para oferecer ao indivíduo um produto cultural pronto para o consumo que atenda à maioria dos espectadores, mesmo que seja através da dinâmica entre a estandartização e a inovação. O resultado dessa massificação com o produto cultural “pré-fabricado” pode gerar uma sociedade composta por indivíduos alienados com mentes preguiçosas, sem pensamento crítico.

A globalização trouxe para muitas sociedades a aculturação. Grupos locais perderam a força de suas culturas frente ao poderio propagandológico de grandes empresas de comunicação, que deixaram de lado as fronteiras de seus países de origem, para se difundirem mundialmente, seja fisicamente, mas particularmente pela ascenção da internet. Esses grupos sem pátria ultilizam até de particularidades regionais como maneira de se infiltrar e começar o seu processo de domínio cultural. Na rede existe um novo mundo virtual, com cultura própria imposta por grandes conglomerados comerciais.

Na teoria das influências seletivas, a audiência que mais conhece sobre o que é notificado é influenciado por mensagens implícitas que ativam o seu pensamento crítico. Quando a audiência desconhece o teor da notícia, precisa-se de informações mais diretas e explícitas para que alcance o entendimento esperado. E as influências seletivas são mais ferramentas nas mãos de grandes empresas de comunicação de massa com o intuito de espalhar seus conceitos e vender seus produtos. Mesmo que através da aculturação. Nos cabe impor certos limites para os alcances da máquina midiática.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Visitem o blog http://ativismoverde.blogspot.com/


O estudante de jornalismo Vitor Diniz convida a todos para que visitem o seu blog Ativismo Verde.

Matérias interessantes e conteúdo de qualidade.

http://ativismoverde.blogspot.com/

CQC - A nova cara da notícia


Quadros do programa humorístico CQC, da BAND, mostram de forma cômica uma parte obscura do entrevistado: o humorista finge ser um marqueteiro ou um repórter e dá dicas “em off” para que ele, o entrevistado, saia com um ar mais politicamente correto do que o é na realidade.

Humor e a falta de ética são separados por uma linha muito tênue. Alguns casos mostrados no CQC derrubam “máscaras” de celebridades, políticos, enfim, pessoas públicas. Sendo humor, é considerado engraçado; sendo jornalístico, pode cair na falta de ética.

No entanto, a falta de ética no sentido jornalístico também pode ser questionada, já que a reportagem utiliza câmeras escondidas, microfones embutidos, até mesmo, em alguns casos, para preservar a segurança do repórter.

Fica então, por conta da direção, e produção do CQC não atravessar a linha ideológica que separa a notícia do humor, já que fingir ser outra pessoa é um artifício utilizado por muitos jornalistas “sérios”.

Através do quadro do programa, o CQC faz humor e serve à sociedade de forma jornalística. É jornalístico sim, e é engraçado também. Não deixa de ser algo que vá contribuir com a sociedade, como deve ser o jornalismo, nem quebra valores éticos profissionais por fazer uso de artimanhas muitas vezes caricatas.

Um novo jeito de fazer humor, e uma nova cara para a notícia!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dica de site www.rafaelcandido.com



Confiram o site do estudante de Jornalismo Rafael Cândido. Conteúdo cultural de qualidade. Vale a pena!!!

http://www.rafaelcandido.com/

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Coluna Política

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Por que não te calas?
Só faltou isso na briga do STF – Supremo Tribunal Federal – entre os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, presidente da Casa. A falta de compostura atingiu o STF, que não podia faltar à festa da “vergonha política brasileira”. A discussão foi por conta de dois recursos em discussão no plenário.

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Bombeiro
O presidente Luís Inácio Lula da Silva tentou apaziguar os ânimos, minimizando o incidente. De acordo com Lula, em viagem a Buenos Aires, a discussão não é indício de “crise institucional”. Só faltava o “companheiro” dizer que também não sabia de nada.

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Crise de cá, crise de lá
Apesar do bate-boca, o STF negou nesta quinta-feira, dia 23, recurso do governador cassado do Maranhão, Jackson Lago (PDT), que tentava anular a sua perda de mandato. Desde que fora cassado, assumiu o cargo do Executivo no governo do estado do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), que atuava como senadora. Lago e seu vice Luís Carlos Porto (PPS) foram cassados por abuso de poder político nas eleições de 2006.

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Farra do Boi
A farra dos deputados com passagens aéreas parece ser um tabu na Câmara Federal. O legislativo quase que em peso se opôs à Mesa Diretora, na idéia de regulamentação dos gastos. Sob pressão dos colegas de um lado e da sociedade do outro, a Mesa aposta na inversão dessa pressão. A bola da vez é colocar a regulamentação em votação aberta, com apuração pelo painel eletrônico. A responsabilidade então passará a ser de cada membro da Câmara.

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Ufa! Ou não?
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda e o banqueiro do Grupo Opportunity Daniel Dantas escaparam (ufa!) do indiciamento da CPI dos grampos, de acordo com o relatório final Nelson Pellegrino (PT – BA), relator da Comissão. Mesmo assim, Protógenes segue indiciado pela própria PF e Dantas pela Justiça (retire o ufa!).

terça-feira, 21 de abril de 2009

O limite da emoção e razão no Jornalismo


Pensar como nos tornamos seres sociais e humanos passa pela compreensão dos componentes de nossa vida afetiva, significados culturais e históricos construídos ao longo de nosso desenvolvimento.

Não é possível, com exatidão, separar o emocional do racional, apesar de muitos defenderem essa separação. O homem é um ser complexo ,e não há botão “liga e desliga” das emoções. O que existe, de fato, é a tentativa de fazer valer a racionalidade em detrimento das emoções que, em muitos casos, atrapalha o discernimento entre o certo e o errado.

Na comunicação social, especificamente no jornalismo, essa mistura de emoção e razão tem ser bem aproveitada para dar ritmo a uma reportagem, para aproximar o leitor, sem ultrapassar limites éticos, mesmo que o emocional queira se impor em alguns momentos.

Já que não é possível separar a razão e a emoção, deve ser feito a todo o momento um exercício de ponderação, autocrítica, revisão para que não haja excessor nos trabalhos jornalísticos. Só assim poderemos construir uma identidade ética sem perder o “colorido” que nos dá as emoções.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A massificação através da Propaganda


As campanhas publicitárias usam de artifícios cada vez menos éticos para influenciar as pessoas a consumirem seus produtos. A linguagem persuasiva tendencia o consumidor, dita normas, comportamento e valores.

As pessoas deixam de ser seus complexos da natureza humana e passam a ser simplesmente “CONSUMIDORES”. Pode-se tudo até mesmo o uso de mensagens subliminares, que acessam o subconsciente da mente humana e “gravam” impressões que irão ativar inconscientemente o desejo por determinado produto.

Passamos a ser ratos em experiências de laboratórios; os laboratórios, agências de publicidade. A expressão “MARQUETEIRO” já é corriqueira no meio profissional.

A linguagem persuasiva é de tal envergadura que massifica ainda mais a sociedade. Não se trata de um grupo especifico, mas de toda a sociedade. Principalmente com a globalização, a publicidade deixou de ter fronteiras e nacionalidade. Campanhas publicitárias giram por todo o globo unificando diversas culturas em um só grupo, o de consumidores.

A exploração e a alienação são características decorrentes dessa linguagem. No entanto, deve-se colocar a ética e os valores adquiridos por toda a vida em primeiro lugar, seja no papel do marqueteiro ou do consumidor.

domingo, 19 de abril de 2009

A Publicidade da Simpatia


Tema de estudo da psicologia, a comunicação publicitária vem “invertendo o jogo”, ou seja, além de ser objeto de estudo, também se utiliza das ciências humanas, inclusive da própria psicologia para alavancar campanhas publicitárias cada vez mais elaboradas e com mais penetração.

Uma das vertentes é a publicidade da simpatia, que utiliza o envolvimento afetivo, a imagem das “coisas belas e singelas”. Exemplo desse tipo de publicidade é a propaganda de TV do leite Parmalat, onde crianças vestidas de bichinhos brincam e tomam leite ao som de uma música-tema, no final, o bordão “tomou?”.

Mesmo que não haja a identificação do consumidor, há a simpatia, o desejo de ter ou ser como a imagem passada pela propaganda. Isso mexe no subconsciente humano, com vivências da infância guardadas, porém muito bem exploradas pela publicidade da simpatia.

A comunicação, portanto, utiliza a psicologia como ferramenta de trabalho de maneira cada vez mais explícita, ao passo que a psicologia estuda a comunicação. Essa interação, essa via de duplo sentido, tem de ser ajustada para que o estudo não perca espaço para a publicidade, e que não haja alienação do público, já que a psicologia quer o ser humano cada vez mais pensante.

sábado, 18 de abril de 2009

Dica de livro - A Cabana


Com uma história envolvente, que aborda temas religiosos e criminais, A Cabana é uma ótima opção inclusive para quem não tem crença nenhuma. Tem uma narrativa vibrante que prende a atenção do leitor.

É um romance fictício, que conta a história de um pai vai procurar respostas para o suposto assassinato de sua filha na cabana onde tudo aconteceu.

Ensaio sobre a Comunicação


A teoria de que nos comunicamos apenas para influenciar o meio em que vivemos ou a nós mesmos se fundamenta através de uma análise psicossocial. Mesmo que não per-cebamos, a influência tende a ser o objetivo de qualquer comunicação. As mudanças sofridas por nós ou pelo meio dependem não somente da mensagem, como também de sua interpretação e do veículo. O contexto dessa comunicação é fundamental sobre que maneira ela irá influenciar.

A educação e a diversão são objetivos finais da comunicação, que usa como ferramenta a influência, que inexoravelmente se funde a esses mesmos objetivos. Pode se educar divertindo, bem como divertir educando. A distinção está no destaque que se dá a cada um. Quando existe a tentativa de eliminar qualquer traço de termo em relação ao outro, a comunicação torna-se enfadonha, cansativa, e nem sempre consegue influenciar de maneira concreta e real.

A tecnologia é hoje uma extensão dos nossos próprios sentidos. Usa-se mais a ciência do que a rudeza das ferramentas manuais de outrora. A educação é o grande difusor dessa mudança, produzindo pessoas mais críticas e preparadas para os desafios profissionais, pessoais e sociais. Torna-se um círculo aparentemente infinito de saber, onde a educação gera indivíduos que criarão novas teorias e tecnologias, que precisarão ser ensinadas a outras, de volta à educação.

Muitas situações em que a mensagem não chega a contento até o interlocutor são percebidas, principalmente na política. Por desconhecimento ou falta de informação, falha na acessoria de imprensa ou mesmo por fatores emocionais (empolgação, nervosismo), muitas declarações infelizes são emitidas ao público.

Resenha - Marca, o que o coração não sente os olhos não veem - Autor: Stalimir Vieira


O publicitário e escritor Stalimir Vieira, membro do Conselho de Ética do CONAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária, aborda justamente a ética na publicidade no livro em questão. Vieira faz ligações filosóficas através de Rousseau , no qual cita a frase: “A verdade não reside primeiramente no pensamento, mas no sentimento, na intuição imediata, na certeza do coração”. Afirma que é necessário questionar as afirmações veiculadas na publicidade, pois nem sempre são verdadeiras.
Empresas com programas motivacionais são criticados. Para o autor, a vida pessoal deve fazer parte da vida profissional e vice-versa, agregando por ambas as partes – empregado e empregador – uma ideologia só, consistente, que seria a chave para o sucesso de seus produtos.
O autor diz que campanhas de marketing agressivas buscando resultados à curto prazo, tendem a ser desonestas e podem desgastar a imagem de uma marca, afundando-a em uma crise futura.
Stalimir, por todo o livro, busca conceitos filosóficos, encaixando-os na publicidade e ressaltando a ética na propaganda, a fim de obter melhores resultados permanentemente, com a associação do consumidor à marca do produto e seus valores morais e éticos.
Vários casos são citados no decorrer do livro, exemplificando de forma clara e objetiva a proposta do autor. Um livro dinâmico e recomendado.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Oficinas da Casa da Cultura



Eis o calendário de enventos e cursos oferecidos pela UFU, PROEX E DICULT para o mês de abril. Aproveitem.

Av. Cesário Crosara, 4187.

7 dia abril - Dia do Jornalista




Jornalista

Jornalista não fala - informa;
Jornalista não vai à festas - faz cobertura;
Jornalista não acha - tem opinião;
Jornalista não fofoca - transmite informações inúteis;
Jornalista não pára - pausa;
Jornalista não mente - equivoca-se;
Jornalista não chora - se emociona;
Jornalista não some - trabalha em off;
Jornalista não lê - busca informação;
Jornalista não traz novidade - dá furo de reportagem;
Jornalista não tem problema - tem situação;
Jornalista não tem muitos amigos - tem muitos contatos;
Jornalista não briga - debate;
Jornalista não usa carro - mas sim veículo;
Jornalista não passeia - viaja a trabalho;
Jornalista não conversa - entrevista;
Jornalista não faz lanche - almoça em horário incomum;
Jornalista não é chato - é crítico;
Jornalista não tem olheiras - tem marcas de guerra;
Jornalista não se confunde - perde a pauta;
Jornalista não esquece de assinar - é anônimo;
Jornalista não se acha - ele já é reconhecido;
Jornalista não influencia - forma opinião;
Jornalista não conta história - reconstrói;
Jornalista não omite fatos - edita-os;
Jornalista não pensa em trabalho - vive o trabalho;
Jornalista não é esquecido- é eternizado pela crítica;
Jornalista não morre - coloca um ponto final.

Emanuelle Querino

domingo, 5 de abril de 2009

A Evolução dos Trajes de Carnaval

Maior festa pagã do mundo, o Carnaval já esteve nas mãos da Igreja Católica, que proibia os atos pecaminosos originais da comemoração. Porém voltou a ser uma festa popular em 1545, durante o Concílio de Trento, o mais longo da Igreja, que objetivava reagir à Reforma Protestante.



A sua origem vem da Grécia e da Roma antes de Cristo, que festejavam para agradecer as colheitas e a safra das uvas com as quais se faziam o vinho. Baco – deus romano do prazer, da folia e do vinho – e Dionísio – seu equivalente grego – eram homenageados com grandes festas que incorporavam liberdade sexual plena, fartura de comida e bebida, ficando conhecidas como bacanais, palavra derivada de Baco. Desde aquela época já se usava máscaras acreditando poder personificar o deus homenageado. Às vezes, só se usava máscaras, sem nenhum outro tipo de vestimenta ou quase nada. Sua origem também passa pelas Saturnálias dos césares romanos.

Tendo raízes hebraicas, mas principalmente com o advento do Cristianismo, o período conhecido como Quaresma representa 40 dias de provação e jejum. Para o povo hebraico, tem a sua origem quando Moisés atravessou o deserto com seu povo fugindo do Egito governado pelo faraó Ramsés II. Para os cristãos, fala-se da peregrinação de Jesus Cristo pelo deserto por 40 dias e ao período que antecede à Semana Santa (quando Cristo foi crucificado), finalizando com o domingo de Páscoa.

Já que, tradicional e religiosamente, na Quaresma não se come carne, na terça-feira que é véspera desse período, comemorava-se a Terça Gorda ou Mardi Gras. Até hoje nos Estados Unidos, o Carnaval é conhecido por Mardi Gras e o mais tradicional é o de Nova Orleans. Nessa terça-feira antes da Quaresma, comer carne vale. Daí a origem do nome da grande festa pagã. Junte a Terça Gorda ao Bacanal e teremos o Carnaval, uma festa nem um pouquinho inocente.


Mas as máscaras não ficaram somente na personificação e homenagem a Dionísio e Baco. Sendo uma festa da carne, o carnaval tem conotações alimentares e sexuais com a carne também no sentido de corpo, assim como nos Bacanais. Na Idade Média, um dos Carnavais mais freqüentados era o de Veneza. Justamente buscando a liberdade total sem julgamentos sociais ou religiosos, homens e mulheres escondiam seus rostos atrás de máscaras para praticar atos libidinosos. Algo impensável de se fazer com o rosto nu em uma época de ascensão e poder da Igreja Católica. A partir daí, as máscaras evoluíram para fantasias e passaram a incorporar a cultura festiva do Carnaval.

No Brasil, o Carnaval chegou em meados do século XVII e logo, o povo bra-sileiro contribuiu para a mistura da festa. Novos elementos surgiram, assim como fantasias. As mais famosas são de inspiração do teatro italiano “commedia dell'arte”: Arlequim, Pierrot e Colombina. Por volta de 1930, o que havia se tornado uma tradição no Carnaval foi declinando. As matérias-primas foram encarecendo e ficando escassas no mercado.

Com o passar do tempo, o Carnaval mudou, e com ele mudou a cultura do uso das fantasias. No Rio de Janeiro do início do século XX, havia blocos com foliões fantasiados, carros alegóricos particulares, onde seus proprietários tinham o prazer de enfeitá-los para os desfiles de rua. Todos participavam. Porém, a festa foi se profissionalizando. Surgiram Escolas de Samba que passaram a competir entre si. Patrocinadores e investidores começaram a ver o Carnaval como um grande comércio. Dessa forma, as fantasias saíram das ruas para as passarelas do samba de cidades como o próprio Rio de Janeiro e São Paulo.



A dinâmica passou a ser a seguinte: as Escolas de Samba escolhem cada uma o tema de seu desfile e, a partir daí, o carnavalesco – pessoa responsável pela parte artística da escola – desenvolve as fantasias de cada ala e cada carro alegórico. A massa popular assiste, dança, mas não se fantasia. Em muitos casos, as fantasias nos remetem às Saturnálias ou aos Bacanais: quase nenhuma roupa.

No nordeste brasileiro, os blocos de rua seguiram o caminho inverso: ganharam mais força e se firmaram no Carnaval, tornando-se tradicionais na cultura brasileira. Na Bahia, outro traje surgiu desses blocos: a Mortalha. Comumente usada por anos nos blocos de rua, separava, através de seus modelos e cores, os participantes de um bloco do outro. Mais recentemente, a Mortalha foi substituída por uma roupa mais leve e colorida, o Abadá.

Festeiro como o povo brasileiro é, o Carnaval deixou de ser simplesmente a Terça Gorda para ser o período compreendido entre o sábado que a antecede até a própria terça. Em alguns lugares, a festa começa antes e termina depois. E vale lembrar os Carnavais fora de época, conhecidos como Micaretas, onde para entrar é obrigado o uso do Abadá exclusivo do evento. No entanto, permite-se a “customização” do traje, ou seja, deixá-lo com toques pessoais do dono.



O Frevo de Pernambuco também utiliza trajes tradicionais, bem como acessórios, como o pequeno guarda-chuva colorido usado para malabarismos e manobras típicas dessa dança derivada do samba. Podemos também citar os Bonecos de Olinda, pois são alegorias carnavalescas, e tantas outras.

Ícone do Carnaval brasileiro, o museólogo e carnavalesco Clóvis Bornay, nascido em 10 de janeiro de 1916, inspirou-se nos bailes de máscaras em Veneza e convenceu o diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a instituir, a partir de 1937, Bailes de Gala, com concursos de fantasias de luxo, ele próprio vencendo algumas edições. Mais importante do que vencer, foi apresentar novos elementos a cultura carnavalesca brasileira. Bornay morreu em 9 de outubro de 2005.

O Carnaval é, sem dúvida, a maior festa popular brasileira. A evolução pela qual passou desde a Antiguidade, mostra seu dinamismo e sua força. Os trajes se adaptaram a cada época e a cada lugar, uns mantendo tradições, outros criando inovações. O que é inegável é o valor histórico e cultural do Carnaval para as diversas sociedades da qual faz parte, mas em especial, para o povo brasileiro.

Café com Debate


No dia 26 de março, o 3° período de Jornalismo da Faculdade Católica de Uberlândia promoveu o primeiro de uma série de eventos da disciplina Comunicação Comunitária, ministrada pela professora Roberta Janini. O “Café com Debate” foi realizado no auditório da própria instituição, tendo como tema Jornalismo Sindical, com a presença do jornalista e professor Francisco Medeiros, que também atua na área de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Uberlândia e Afins – STIAU.

Medeiros, que também é graduado em Direito, contou que Jornalismo Sindical é matéria específica em algumas instituições de ensino e que, para atuar nessa área, além de gostar de Comunicação, tem de se interessar por Política. Tratou da “Convergência Midiática”, o processo pelo qual a Comunicação está passando, abrindo novos veículos como a internet, que também atinge as massas trabalhadoras e influencia no Jornalismo Sindical.

Salientou a importância da informação checada e confirmada através de fontes confiáveis em toda a área do Jornalismo, mas principalmente na área sindical, onde existe “lado”, e o “lado” do trabalhador precisa ser ouvido, porém sem riscos de retaliação dos grupos patronais. Daí a importância da veracidade dessas informações.

Por fim, citou que sindicato não é para cumprir lei. Sindicato é para ultrapassar lei. Criticar, lutar, sugerir melhorias para o trabalhador, e que a Comunicação é fundamental para que se tenha êxito nesse intento.

Participaram como convidados do evento as turmas do 1° e 4° períodos de Jornalismo, levantando questões sobre o tema durante mais de duas horas de debate. Ao final, foi servida uma mesa com lanche para todos os participantes. Para o representante da turma do 3° período Henrique Mendes, o lanche ao final serviu como confraternização, ferramenta de divulgação e diferencial de outros eventos. O Café com Debate foi idealizado pela professora Roberta, que já planeja outros projetos para a sua disciplina.

Cultura, Cultura Popular e Folclore


Quando falamos em cultura, o entendimento da palavra depende muito do contexto em que ela está inserida, tamanho é o seu significado. Na agricultura, cultura pode ser o será plantado (cultura de arroz, cultura de feijão); nos meios sociais pode ser confundida com etiqueta ou boas maneiras; na educação, cultura nos remete a conhecimentos científicos, acadêmicos, profissionais. Sem falar em cultura na forma artística como música e teatro. Cultura é tudo o que se cultiva, seja no campo da idéias, do trabalho, da educação. Aquilo que nasce e é cultivado para que cresça e floresça.

A cultura popular é mais específica. Ela nasce do povo, para o povo. São as manifestações artísticas que tem raízes profundas nas camadas populares de uma sociedade, que nasce de acordo com o modo de vida, com a moda, com os anseios, tudo isso sendo canalizado para expressar a vida dessa sociedade.

Isso irá refletir nas roupas, na música, nas histórias e contos, nos aspectos sociais. Cultura popular é uma ferramenta de disseminação da linguagem de um povo, do seu modo de vida. As festas populares mais tradicionais no Brasil recebem também o status de folclóricas. E entra agora a diferença entre o folclore e a cultura popular.

O folclore é uma cultura popular, porém mais enraizada, que se firmou com o passar do tempo, sendo transmitido de geração a geração. É claro que com o passar do tempo, novos elementos vão se agregando nas manifestações folclóricas e outras sendo postas de lado. Porém, a sua essência não se perde.

Não se pode em poucas linhas ter a prepotência de definir algo tão abrangente como cultura, cultura popular e folclore. Como objetos de estudo de diversos livros, artigos e reportagens é fundamental que se abra a questão conceitual, mas com todo o cuidado para não se “engessar” toda a história cultural de um povo simplesmente com sinônimos de palavras, que escondem por trás de si, uma riqueza inestimável.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Três opções de leitura

Somente faço sugestões aqui no blog, seja de leitura, filmes, músicas que eu já tenha tenha experimentado. É p caso dos três livros a seguir. lidos no período de férias, que inclusive, desapareci do blog temporariamente. Cada um com seu estilo, cada um marcante a seu modo. Vale a pena cada leitura.


Os Corumbás

O Romance Os Corumbás, de Amando Fontes, foi publicado em 1933 e é a história do proletariado nordestino, reflexo de todo o proletariado brasileiro. Um romance com fortes traços sociais. Foi reeditado diversas vezes e mantem-se atual, principalmente quando comparado às grandes metrópoles brasileiras, que abrigam a maior parte das fábricas do país.


Uma Breve História do Mundo

Um Best Seller norte americano incrível, de Geoffrey Blainey, que conta, desde os primórdios dos tempos, a saga da raça humana até os dias atuais. As guerras, as conquistas, as religiões, as expedições... Tudo, de um forma especialmente deliciosa de se ler, sem ser cansativa e enfadonha.


O Vencedor Está Só

O fenômeno de vendas Paulo Coelho já abordou a morte de várias maneiras, mas é a primeira vez com um serial killer. A história passa-se em 24 horas, no Festival de Cinema de Cannes, e mostra o glamour e as mazelas escondidas na alta sociedade. Enquanto Coelho faz o seu retrato do festival, o assassino faz suas vítimas.