quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Subjetividade: O homem mutável


A psicologia, como qualquer outra ciência, tem seu objeto de estudo. Ela estuda as vivências, as personalidades, a história, as emoções e as transformações do indivíduo. Ou seja, sua singularidade, tudo aquilo que constitui o homem em suas incoerências emocionais, ideológicas, físicas, pois estamos sempre mudando.

Não se pode separar o psicólogo do seu objeto de estudo, pois ele próprio tem a sua singularidade. A singularidade de cada psicólogo pode mudar a sua concepção de teoria em relação a outros, pois ele está sujeito a absorver e mudar, interagindo com o seu objeto de estudo. Um psicólogo percebe e registra um mesmo fato diferentemente de outro psicólogo. E não poderia ser de outra forma.

Tudo o que aprendemos durante a vida, nossas experiências, emoções, mudanças físicas compõem a subjetividade. Talvez não percebamos as mudanças ocorridas conosco porque estamos muito próximos de nós mesmo para repararmos isso. Pode parecer paradoxo, mas o estudo da subjetividade tenta afastar, tanto quanto for possível, o cientista de seu objeto de estudo. Essa tentativa de afastamento é fundamental para que seu estudo seja o mais imparcial possível. Mas como dito anteriormente, não passa de tentativa.

O que faz da psicologia uma ciência tão dinâmica é que seu objetivo de estudo, a subjetividade, está sempre mudando seja por fatores internos (crescimento, emoção) como por externos (sociedade, moda). O meio em que o homem vive também pode moldar sua subjetividade.

Tudo isso nos leva a concluir que o homem por mais que não perceba, é mutável, pois sua subjetividade assim o é, sendo ela, portanto, o conjunto de tudo aquilo que nos forma e de que somos formados. Como diria Raul Seixas: “uma metamorfose ambulante”.

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