segunda-feira, 23 de março de 2009

Empresas restringem a utilização do MSN


O advento da internet trouxe comodidade e rapidez para a troca de informações. Entretanto, o uso indiscriminado de ferramentas do mundo virtual no local e em horário de trabalho levou muitas empresas a restringir sua utilização, na tentativa de ganhos produtivos, evitando a desatenção, a falta de concentração, além do iminente risco de ataques de vírus às redes corporativas.
A secretária executiva Flávia Moura, que trabalha na área de vendas da empresa Sulphurtec Química, com sede em Ribeirão Preto, estado de São Paulo, conta que sua empresa bloqueou o acesso ao site de relacionamentos Orkut e monitora o uso do MSN (comunicador em tempo real) dos empregados. “Se a pessoa que utiliza o sistema, usa com responsabilidade, é uma ferramenta essencial; caso contrário é motivo de demissão. E, se usado com critério, é motivo de diminuição de gastos.”
Flávia é a prova viva do que ela mesma diz. A sua entrevista foi concedida, pasmem, via MSN. Porém, no meio da conversa pediu desculpas por estar atarefada no meio de um “pregão” e que não poderia se alongar na discussão. Realmente, não se perde tempo em conversas que não são de cunho profissional na empresa em que trabalha. E essa é uma preocupação, não só da Sulphurtec Química, mas também de grandes conglomerados nacionais e internacionais.
Em relação à linguagem, o “internetês” utiliza de abreviaturas e até de figuras para representar o que quer ser dito, ou melhor, escrito. Beijo vira “bj”, também vira “tb”, e por aí vai. Essa associação causa problemas profissionais e acadêmicos, onde não se permite outra forma de escrita a não ser a estritamente culta, caso de ofícios, trabalhos acadêmicos, memorandos e outras comunicações parecidas.
Para Luciene Barbosa Marques, que defende sua tese em Psicologia pela UNIVERSIDAD DE AQUINO – UDABOL, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o internetês é mais do que uma moda, sendo associado a um fundo psicológico individual, particular de cada usuário. Ela própria utiliza-se de figuras e desenhos em suas mensagens no MSN e afirma que, às vezes, até dificulta a compreensão de seu interlocutor.
No passado, já houve modificações na língua culta por conta do uso da linguagem popular. Exemplo disso é a palavra “você”, que deriva da expressão “vossa mercê”. Seria esse então um novo momento histórico em que se mudará o português, dessa vez pela exaustão com que se usa o internetês? Para a professora Elenice Rodrigues Lorenz, de Língua Portuguesa, Literatura e Produção Textual, em entrevista ao jornal santista “A Tribuna” em 30 de maio de 2005, "esse é um caminho meio sem volta. Será inevitável a alteração permanente. Acredito que haverá crônicas, contos e outras publicações com essa linguagem, por exemplo, assim como hoje existem produtos adaptados para crianças recém alfabetizadas".

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