domingo, 4 de outubro de 2009

Estética no jornalismo impresso na era da internet


O conceito filosófico de estética é bem mais amplo do que identificar o belo. A vida, no campo metafísico, seria, de acordo com o filósofo grego Platão, o resultado da proporção, da harmonia e da união, que levaria ao ideal. O belo, portanto, está na essência, e não na forma física.
Se na alisarmos os rumos do jornalismo impresso, veremos que a forma física é simplesmente o retrato da sua essência. Antes, uma escrita mais aristocrática e sem apelo visual. Agora, um texto mais enxuto com um design mais arrojado.
É a época da internet, onde grandes somas de dinheiro são investidas na modificação visual do produto final. Resultado da essência modificada dos jornais. Essa mudança começou gradativa na Europa e acelerou-se, espalhando-se pelo restante do planeta. Cada país, com a sua regionalidade específica, fez adaptações. Mas todos seguindo, em maior ou menor grau, uma tendência.
Para muitos veículos impressos, o investimento inicial astronômico apenas freiou uma queda acentuada nas vendas, o que poderia, na visão de muitos, finalizar com a derrocada do jornal impresso. No afã de conseguir salvar seus negócios (sim, o jornalismo do final do século XX e início do século XXI virou negócio), foi feito o investimento, mas não foi feito o planejamento ou planejou-se equivocadamente.
A tentativa de dar uma nova cara ao jornal impresso está intrinsecamente ligada à mudança da essência. Um jornal nasce, mas pode modificar-se, escolhendo uma nova visão, um novo público-alvo. Ele deve ser mutante, dinâmico, se adaptar às novas realidades. E o planejamento gráfico tem de refletir essa mudança. Se ele não for correto, o jornal está fadado ao fracasso de seus objetivos. Então, a mudança externa não terá refletido a mudança da essência.
Com a aplicação de novas tecnologias, essa mudança, que antes era gradual, agora pode ser muito mais rápida. Não se pode dar ao luxo de continuar na velocidade de duas décadas atrás. Em linguagem popular: mexeu, não deu certo, mexa de novo. E rápido! Deve-se achar o produto final da estética atrvés da sua essência, o ideal filosófico, assunto para outro artigo. Isso pode demorar, mas é o grande desafio do jornalismo impresso do futuro.

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