sábado, 11 de junho de 2011

O que é pior? Imposto ou mulher?


Quando ficamos parados, sem alguma atividade saudável, o cérebro desata a pensar coisas antes inimagináveis. Por conta desse ócio intelectual, em uma tarde de sábado fiquei de frente para a TV e vi comerciais divulgando o Dia dos Namorados. Daí, veio a torrente de pensamentos “machistas” acerca do assunto.

Vamos dividir o ano em “blocos econômicos”. Segundo o Impostômetro instalado em São Paulo, em 2011 trabalhamos até maio somente para pagar impostos. Mas temos de junho a dezembro para realizarmos algo para nós mesmo, não é mesmo? Não, não é.

Levando em consideração que maio é o mês das mães e que somente em junho podemos realizar algo economicamente viável para nós mesmos, entramos o mês seis em débito. Tem o presente para a mãe, para a esposa (porque os filhos são pequenos e não podem pagar), para a mãe da esposa (porque ou ela não trabalha ou também não pode pagar, e “a mamãe não pode ficar sem presente, ela te adora!, dirá sua mulher”).

Com o atraso de maio, junho (que é o mês dos namorados) também atrasa, sendo pago somente em julho. Entramos então no mês sete presenteando as esposas, namoradas, ficantes e afins. Aí vem você e me pergunta: “mas sou casado, não posso dar presente só no aniversário de casamento?”. Respondo com outra pergunta: “E você tem coragem de falar isso pra sua mulher?” e pergunto mais: “Mesmo que tenha coragem, você acha que vai se livrar de levar uma panelada?”. Não tem jeito, Dia dos Namorados é pra presentear esposas também. Comeu a carne, roi o osso, amigão.



Entramos agosto sem precisar dar presentes, sem datas comemorativas. Ufa!!! Ufa uma ova. Estamos no mês dos casacos, calçados, muito vento e frio. E ela vai te pedir uma blusa nova acompanhada de echarpe (nem sei o que é isso...) e o último lançamento de botas, aquela da moda que todo mundo em Barretos está usando. A sua resposta poderia ser: “Mas nós não estamos em Barretos...”. Fala pra tu ver a panela comer de novo.

Setembro, entrada da primavera (poxa, mas se estava tão perto do calor por que tive que comprar blusa de frio no mês passado?). E o MEU aniversário de casamento. Se esse não for o mês do SEU casamento, coloque-o no calendário assim mesmo. Afinal, você não vai se livrar de presentear sua esposa, qualquer que seja a data de aniversário do casório. E lá se vai mais um presente para o sexo feminino.

Em outubro é o mês das crianças e de Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil. Nada para as mulheres. Errou de novo, bonitão. Você vai gastar dobrado. Sua companheira, que vive no maior país católico do mundo, vai querer fazer a sua romaria, a sua peregrinação. E quem você acha que custear essa viagem? Chegando ao local, ela vai querer distribuir donativos aos pobres (E eu sou o quê?) e ainda comprar um souvenir que, garanto, não será barato.

Chegou novembro (ainda bem que o ano está acabando) e nenhuma data comemorativa. Nada de ter que presentear. Ledo engano. Para as mulheres, tudo é data para ser presenteada. Temos o dia 24, data em que foi instituído o casamento civil no Brasil. E ela vai dizer que, graças a essa data, vocês puderam se casar. Tem também o dia 30, o Dia da Saudade, e ela dirá que é uma data muito especial, pois vive sentindo a sua falta. E dá-lhe presentes.

Mês de dezembro, acabou o ano, mas não sem antes você ter que dar uma “lembrancinha” de Natal para a sua amada. Ela que não ganhou “quase nada” o ano inteiro, ano em que ela se dedicou a você e aos filhos. Sim, você tem que dar uma “lembrancinha”. Mas nada de R$ 1,99 nem coisas para a casa ou a panela come de novo.

Façamos a contabilidade. Dos 12 meses que formam o ano, você trabalhou cinco meses só para pagar impostos. Os outros sete meses, você trabalhou para poder presentear a mulher da sua vida. Naquela tarde ociosa de sábado cheguei à seguinte conclusão: as mulheres fazem mais mal para a economia do que os impostos do governo.



E nem citei as férias de janeiro (ela adora viajar), carnaval em fevereiro (brasileira que se preze tem samba no pé, e ela não é diferente), dia internacional da mulher em março (lembrei que ela é feminista e a panela vai rolar solta depois que ela ler essas humildes linhas), Dia do Beijo em abril (garanto que mulher nenhuma vai querer receber só um beijinho neste dia), e finalmente maio, onde se comemora o Dia do Enfermeiro (profissão da minha digníssima, que pode ser equivalente para qualquer profissão das esposas, namoradas e afins).

Depois de alguns anos nesse ritmo, só uma data pode ser comemorada em minha homenagem: o dia 2 de novembro. Descanse em paz.

Imagens: tiberioazul.blogspot.com
dignow.org
dicasdepresentes.com

2 comentários:

Carol Vilela disse...

Agora você vai ter que dar várioss presentes à sua esposa só por ter ofendido o ego da mulherada...

Carol Vilela disse...

Se não aprovar os comentários são mais débitos na lista dos presentes... haha