Contas com mais de R$ 1 milhão de destacam em investimento que ainda é o mais popular no país
Em seis anos, a quantidade de contas com mais de R$ 1
milhão na poupança dobrou no Brasil. Os números foram divulgados pelo Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) e revelam que as contas milionárias passaram de
3.822, em 2008, para 8.556, em 2012. Esse crescimento revela que a confiança
dos investidores vem se reforçando ao longo dos anos após o baque sofrido no
setor com o confisco da poupança em 1990 na execução do chamado Plano Collor.
Para os economistas, o que ainda faz da
poupança a aplicação preferida dos brasileiros é o baixo risco de perda
monetária, mesmo com rendimento abaixo de investimentos mais agressivos. Eles a indicam para investidores com perfil conservador, que não
querem assumir riscos. O rendimento de é 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a
variação da TR, a taxa referencial.
É o caso do recepcionista Lenildo Dantas, 32 anos,
poupador há cinco. Ele deposita em média R$ 150 por mês e faz planos para o
dinheiro. “Pretendo dar entrada em uma casa ou comprar um carro”, sonha
Leonildo. Sonho compartilhado com a noiva Tatyane Cristina Ribeiro da Silva, 29
anos, e poupadora há aproximadamente três. Com reserva mensal média de R$ 1,5
mil, a enfermeira também quer sair do aluguel.
Quando perguntado o motivo da escolha por esse tipo de
investimento, Leonildo é categórico. “Comodidade. E porque a poupança é mais
estável”, justifica. Já a desinformação na área econômica é o motivo pelo qual
Tatyane não se arrisca em outras searas. “Não conheço outros meios de aplicação
financeira, não tenho familiaridade. Talvez se os conhecesse, poderia
diversificar os modos de investimento”, confidencia.
Altos e baixos desde a origem
Segundo o Banco Central, entre janeiro e agosto de
2012, o Brasil bateu um recorde histórico, em que os depósitos superaram os
saques da poupança da poupança em R$ 26,2 bilhões. Mas de lá para cá, o clima
econômico sofreu uma grande variação. De acordo com o indicador Ifo/FGV de
Clima Econômico da América Latina (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) com a parceria do Instituto alemão Ifo, em
julho deste ano, o clima econômico registrou para 5,6 pontos, em uma escala
onde números menores que 5 indicam clima desfavorável para a economia.
Criada em 1861 pelo imperador dom Pedro II e sendo a
aplicação financeira mais tradicional no país, a poupança é isenta de imposto
de renda e calculado tomando como base 70 % do Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia, ou simplesmente Selic, desde que a taxa básica de juros não
ultrapasse 8,5 %. Historicamente, as mulheres conquistaram o direito de poder
investir em uma poupança somente no ano de 1915.
Crédito foto: tosemdinheiro.com
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