A Semiótica é
utilizada em diversas formas de comunicação, verbal ou não verbal. Seja em um
filme, uma música, uma conversa ou mesmo em uma pintura. Esse é o caso do
quadro “Amor Materno”, quem compõe a exposição “Sentidos”, com telas e gravuras
da artista plástica Fernanda Silva. O acervo ficou disponível para visitação
nos dias 15 e 16 de maio na unidade do Guará das Faculdades Icesp Promove.
Segundo a artista, a Semiótica foi empregada na
produção da tela.Carregado de significados, o quadro compõe o seu humor
momentâneo , em que as cores fechadas do topo da pintura indicam um estado de espírito
introspectivo, pesado. Durante conversa com uma amiga, que relatava um
acontecimento pessoal, seu estado foi se modificando, tornando-se mais calmo, o
que refletiu na parte inferior da tela que terminou com o rodapé em branco, representando
sua paz de espírito ao término da conversa e da pintura.
“Eu estava em um bate-papo com uma amiga e
comecei a pintar. Enquanto estávamos conversando fui colocando um azul, preto,
verde, vermelho e esse branco no final, foi proposital”, explica Fernanda. Com
significados distintos em uma mesma obra, é possível analisar a mudança de
humor acompanhada pela diferença das cores e dos tons. A parte de cima, mais
soturna, indica a angústia da artista. Esse sentimento foi se modificando, como
pode ser percebido pela utilização de cores mais clara e vivas na metade
inferior do quadro.Outro signo empregado na obra são as três flores no centro
da pintura, que simbolizam os filhos da amiga. “Ela tem três filhos e eu fiz as
três flores que os representam, o amor materno”. Para se fazer a análise
semiótica do pintura, há de se atentar para três fases ou aspectos distintos.
Em princípio, percebe-se o traço
simples, mas o destaque é para a composição de cores, que salta aos olhos.
Neste momento, o objeto é caracterizado como ícone, já que as tonalidades
passam frieza, tristeza, mesmo à primeira vista.Aprofundando-se um pouco mais,
podemos distinguir o uso de tons mais claros no final, além destacar as flores
que são, neste momento, apenas representação da planta propriamente dita, apesar
de sua cor vermelha já indicar ou sugerir o sentimento de amor, bem como o
formato insinuar um coração.Então, o quadro pode ser caracterizado como índice.
Por último, é feita uma análise levando em consideração a convenção social e a
vivência pessoal da artista, para confirmar os indícios da etapa anterior e
afirmá-los como representações de sentimentos.Nesta última análise, o objeto
passar a se caracterizar um símbolo. No caso específico, o amor da mãe pelos
três filhos. O nome do quadro surgiu dessa relação entre mãe e filhos, captadas
pela sensibilidade da artista.
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