Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa roda na contramão de road movies convencionais. Ao seguir um rapaz de 30 anos numa jornada pelo Brasil Central, prestes a fazer um acerto de contas entre o jovem sonhador que já foi e o adulto apático que se tornou, ele corta os laços com o passado e o presente e pega a estrada. Incomodado pela seca, ele percorre Goiás, Minas Gerais… Mas sua mente atribulada não deixa que ele se esqueça de Brasília.
Com franqueza, o filme repensará um contexto que cultua o indivíduo em detrimento do coletivo e não evitará temas polêmicos – como a mudança no perfil de Brasília, a outrora “capital da esperança”. O personagem que sintetiza tal proposta se chama Pedro (Vinicius Ferreira). Ele não sabe do que foge quando sai da cidade. Busca respostas, mas não encontra mentores no caminho, e sim sujeitos fechados no próprio ego. Pedro não é diferente, é o que descobriremos numa narrativa que conjuga pop e cinema de arte. Ação e reflexão.
Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa foi premiado duplamente pelo fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Distrito Federal em 2006, com recurso para desenvolvimento do roteiro, e em 2010 com recurso para sua realização. Já o roteiro recebeu consultoria do argentino Miguel Machalski, especialista de renome mundial. Três filmes assessorados por ele ganharam o Oscar: Billy Elliot, Menina de Ouro e Mar Adentro.
Sinopse
Pedro fugiu de casa, pegou a estrada e não sabe para onde ir. Lucas também não, mas a estrada é seu palco. Eles têm pouco menos de 30 anos e levam apenas a roupa do corpo. Depois do encontro numa lanchonete de beira de estrada, em Minas Gerais, os dois percorrem o interior do Brasil em busca de uma dose violenta de qualquer coisa. Ao longo da jornada, a procura pela identidade se confunde com a ânsia em encontrar uma razão de viver.
O Diretor
Gustavo Galvão nasceu em Brasília (1976) e dirigiu sete curtas em sete anos (2002 – 2008), quatro com roteiro próprio. Três deles rodaram o mundo e ainda são adquiridos por canais de TV e programas de formação de público: Danae (2004), A Vida ao Lado (2006) e A Minha Maneira de Estar Sozinho (2008). Juntos, eles reforçam uma proposta autoral em que as relações urbanas são a base temática para filmes de forte apelo visual. É a mesma motivação do primeiro longa como diretor, produtor e roteirista, Nove Crônicas para um Coração aos Berros, que será lançado em setembro de 2012.
Fonte: F&M Procultura
Imagem: gustavogalvao.com
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